XV Congresso de Cirurgia do CBCV e V Congresso Internacional do CBCV - Colégio Brasileiro de Cirurgia Veterinária

Dados do Trabalho


Título

Uso do retalho de padrão axial omocervical para tratamento de ferida em felino

Resumo para avaliação

Feridas são classificadas em abertas ou fechadas e quanto à contaminação como limpas, limpas-contaminadas, contaminadas ou infectadas.¹ Ferimentos com menos de 6 a 8 horas de ocorrido, com trauma e contaminação mínimos, são tratados por lavagem, desbridamento e fechamento primário; já os severamente traumatizados, contaminados, com mais de 6 a 8 horas ou infectados devem ser tratados como abertos para possibilitar o desbridamento e a redução do número de bactérias.² As cirurgias reconstrutivas são realizadas para a síntese de lesões extensas que inicialmente necessitam cicatrizar como ferida de segunda intenção.³ Os retalhos de padrão axial utilizam uma artéria e veia cutânea direta possibilitando uma maior perfusão sanguínea e apresentam 50% a mais de sobrevida em comparação com os retalhos subdérmicos.4 O presente trabalho objetiva relatar o caso de um felino sem raça definida, adulto, não castrado, que foi resgatado e levado ao pronto atendimento apresentando um aumento de volume em pescoço com tecido necrótico e secreção purulenta. A primeira abordagem cirúrgica realizada foi a exérese cutânea e desbridamento das margens desvitalizadas. Foi iniciado o tratamento com antibioticoterapia e manejo de cicatrização por segunda intenção por meio de limpeza com solução fisiológica e realização de curativos diários. Após duas semanas, a ferida apresentou-se limpa, com formação de tecido de granulação e início de contração dos bordos. Neste momento foi efetuada a segunda abordagem cirúrgica. Após antissepsia, foram retiradas as suturas anteriores, promovido o desbridamento das bordas e feita uma incisão na linha média dorsal e duas incisões paralelas às linhas de tensão em topografia escapular, mantendo a viabilidade da artéria omocervical. O defeito foi coberto por rotação do retalho pediculado. Foram utilizados poucos pontos de ancoragem de subcutâneo com material Poliglecaprone 3-0 absorvível e dermorrafia em padrão simples interrompido com material Nylon 3-0. Em seguida, o paciente foi mantido em curativo compressivo e terapêutica clínica. Os resultados obtidos no pós-operatórios foram satisfatórios tendo em vista que o paciente teve uma melhora crucial, com prognóstico favorável. No âmbito da aplicação prática, a utilização cada vez mais de retalhos axiais em vez de subdérmicos se torna uma importante abordagem no manejo de ferida de pacientes, visto que a casuística de lesões é alta na clínica de pequenos animais, evitando o aumento da contaminação de uma ferida aberta e consequente piora do quadro.

Palavras Chave

cirurgia; cirurgia reconstrutiva; ferida; retalho omocervical

Área

Cirurgia

Autores

Beatriz de Liz Lopes, Renata Portela Almeida Duarte, Gustavo Mortean Romero, Isabella Acácia Magalhães, Mariana Reis Costa