XV Congresso de Cirurgia do CBCV e V Congresso Internacional do CBCV - Colégio Brasileiro de Cirurgia Veterinária

Dados do Trabalho


Título

Efeitos da laserterapia na cicatrização de ferida contaminada de vulva em égua - Relato de caso

Resumo para avaliação

O comportamento e habitat dos equinos os torna propensos à traumas, como as lacerações, que em muitos casos são do tipo sujas ou contaminadas, o que torna o tratamento por primeira intenção desafiador devido risco de deiscência, além de ser dispendioso. A laserterapia torna-se uma alternativa, pois biomodula e reduz a inflamação e edema, promovendo reparo tecidual e analgesia. Este trabalho descreve o uso de laser de diodo (0,1W/área de spot de 0,028cm²) como coadjuvante no tratamento cirúrgico de laceração de vulva em égua. Foi atendida uma égua SRD, aproximadamente 17 anos, com histórico de trauma por coice há mais de 6h, ocasionando laceração com cerca de 7cm em sentido caudo-cranial. Após avaliação, optou-se pelo tratamento por primeira intenção. Após contenção e higienização local, foi realizado bloqueio com lidocaína 1%. Mediante antissepsia, a reconstrução deu-se com “walking suture” e fio poliglactina 2-0, seguida de redução de subcutâneo, utilizando o mesmo tipo de fio cirúrgico em padrão de sutura zigue-zague. Para aproximação das bordas da ferida foi aplicado padrão isolado simples com fio poliglactina 2-0. Os cuidados pós cirúrgicos consistiram em limpeza local com solução iodada 0,1% e aplicação de pomada cicatrizante. Foi instituída antibioticoterapia com enrofloxacina (3mg/kg), SID, 5 dias e flunixin meglumine (1,1mg/kg), SID, 5 dias. Além da terapêutica convencional, foi integrado a fotobiomodulação na incisão com laser vermelho (λ= 660nm, 0,5J/ponto) e infravermelho (λ=808nm, 4J/ponto). Após 24h, repetiu-se a mesma dosimetria e irradiação da mucosa vaginal com laser vermelho (0,5J/ponto), continuando nos dias 2, 4 e 5 de internamento. No 4º dia, incluiu-se terapia fotodinâmica antimicrobiana (TFDa) com solução azul de metileno 0,03%, tempo de pré-irradiação de três minutos, irradiada com laser vermelho, devido deiscência de um ponto da ferida cirúrgica com presença de secreção, apresentando resolução em 24h. Nos dias 11, 12 e 13, a fotobiomodulação foi realizada no leito da ferida com laser vermelho e perilesional com infravermelho (1J/ponto). Os resultados foram notados após 24 horas da primeira intervenção, pois houve formação mínima de edema e ausência de secreção, perdurando até a cicatrização total da ferida, aos 14 dias. Conclui-se que o uso do laser como coadjuvante no tratamento por primeira intenção de feridas contaminadas contribui para diminuir a ocorrência de deiscência de suturas e demais complicações.

Palavras Chave

resistência microbiana; complicações cirúrgicas; deiscência; edema

Área

Cirurgia

Instituições

UNIPAMPA - Rio Grande do Sul - Brasil

Autores

Amélie Gabrielle Guedes de Oliveira, Fernando Alzamora Filho, Maria Amélia Fernandes Figueiredo, João Carlos de Souza Santos, Monalyssa Kelly Magalhães Santos, Pedro Arthur Celestino Araújo, Claudia Acosta Duarte, Geórgia Camargo Góss