XV Congresso de Cirurgia do CBCV e V Congresso Internacional do CBCV - Colégio Brasileiro de Cirurgia Veterinária

Dados do Trabalho


Título

QUANTIFICAÇÃO MICROBIOLÓGICA DA LÂMINA DE BISTURI EM CIRURGIA ABDOMINAL DE CADELAS

Resumo para avaliação

O uso da lâmina de bisturi é imprescindível durante uma cirurgia, podendo haver contaminação quando este material
tem contato com mais tecidos do paciente. Microrganismos residentes da pele podem causar infecções do sítio
cirúrgico, principalmente estando em contato com microrganismos presentes no meio ambiente, equipe cirúrgica ou
instrumentais cirúrgicos. Várias precauções são exercidas pelos cirurgiões para evitar infecções após o procedimento
cirúrgico. Objetivou-se com este trabalho, avaliar a quantificação microbiana de lâminas de bisturi utilizadas em
cirurgias abdominais de cadelas. Foram utilizadas 12 cadelas, hígidas, diversas raças, peso e idade. Utilizou-se três
lâminas de bisturi para realizar incisões definidas com 8 cm de comprimento, divididas ao meio. Para a metade inicial
(4 cm), foi utilizada a primeira lâmina de bisturi (lâmina A) somente na pele. Uma segunda lâmina (lâmina B) foi
utilizada para incisão do subcutâneo, linha alba até o acesso à cavidade abdominal. Para a outra metade da incisão
(os outros 4 cm), foi utilizada a terceira lâmina (lâmina C), para incisão de pele, subcutâneo, linha alba, até o acesso
à cavidade abdominal e demais procedimentos referentes à cirurgia de ovariohisterectomia (OH), sendo esta última
lâmina exposta ao meio ambiente por até 1 hora de cirurgia. Todas as lâminas foram coletadas para análise
microbiológica. Os tipos de bactérias avaliadas foram as do grupo mesófilas e isolando Staphylococcus spp. Como
resultado, obteve-se baixa contaminação para mesófilos nas lâminas onde foram feitas somente a incisão de pele
(lâmina A), assim como, nas lâminas utilizadas para incisão de pele, subcutâneo, linha alba até acesso à cavidade
abdominal e demais procedimentos referentes à cirurgia de OH (lâmina C). No entanto, a contaminação foi alta na
lâmina onde foi feita incisão de subcutâneo, linha alba, até o acesso à cavidade abdominal (lâmina B). Obteve-se alta
contaminação para Staphylococcus spp. nas lâminas A e C. É possível que a duração do procedimento cirúrgico, em
conjunto com as bactérias do meio ambiente, sejam uma fonte de contaminação. Os resultados de ambos os
microrganismos mesófilos e Staphylococcus spp. foram demasiadamente altos nas últimas três amostras. Isso ocorreu
provavelmente devido às últimas coletas serem feitas em período chuvoso, havendo maior acúmulo de
microrganismos na pele do animal. Considerando a quantificação geral de microrganismos observados nas lâminas
analisadas, conclui-se que não há necessidade da troca da lâmina de bisturi após incisão de pele em cirurgias
abdominais em cadelas.

Palavras Chave

Canino; cirurgia; Infecção do sítio cirúrgico; Microrganismos

Área

Cirurgia

Instituições

UFRR - Roraima - Brasil

Autores

Lívia Smangorzevski Muller, Érika Fernanda Villamayor Garcia , André Buzutti de Siqueira , Wilson Gonçalves de Faria Júnior