XV Congresso de Cirurgia do CBCV e V Congresso Internacional do CBCV - Colégio Brasileiro de Cirurgia Veterinária

Dados do Trabalho


Título

CORONOIDECTOMIA PARA TRATAMENTO DE ANQUILOSE TEMPOROMANDIBULAR SECUNDÁRIA A TRAUMA EM FELINO – RELATO DE CASO

Resumo para avaliação

A anquilose da articulação temporomandibular (ATM) é afecção incomum na rotina de pequenos animais, sendo caracterizada pela dificuldade ou inabilidade em articular a mandíbula. Tal problemática pode estar associada à processos traumáticos que desencadeiam a proliferação fibrosa, consolidação e fusão ósseas, além disso, incluem processos inflamatórios crônicos, neoplasmas e anomalias de desenvolvimento. No caso presente, felino, persa, de um ano de idade, com histórico de trauma há três meses após queda do sexto andar e, em exame clínico, observou-se má-oclusão dentária e incapacidade do paciente em abrir a boca impossibilitando-o de se alimentar. Após exame de tomografia, constatou a anquilose da articulação temporomandibular direita, secundária ao trauma e fratura do osso temporal e articular da mandíbula, culminando na artrodese da articulação por consolidação secundária. O paciente foi submetido à realização cirúrgica de coronoidectomia unilateral. Posicionado em decúbito lateral para acesso à articulação temporomandibular direita, realizou-se incisão cutânea paralela à margem ventral do arco zigomático caudal, incisão do músculo platisma, fáscia massetérica, elevação subperiosteal do músculo masséter do arco zigomático, divulsão dos tecidos moles e artrotomia da ATM. Com o auxílio de pinça goiva o processo condilar e o côndilo mandibular foram excisados, assim como o processo temporal do osso zigomático na porção caudal fora extraído. Procedeu-se a síntese do tecido muscular divulsionado assim como o tecido subcutâneo utilizando o padrão simples contínuo, com poligracapone 4-0 e, para a síntese da pele utilizou-se nylon 3-0 com padrão simples separado. O paciente foi encaminhado para reabilitação com laserterapia e fisioterapia sete dias após o procedimento. A incapacidade de abertura da boca em casos crônicos impossibilita a sondagem orotraqueal, assim, a intubação por traqueostomia temporária se faz necessária. As principais complicações descritas após técnica de excisão da ATM são dor, déficits neurológicos faciais, má-oclusão, degeneração, seromas e infecções, porém nenhuma das complicações citadas foram observadas. O paciente apresentou melhora significativa com 30 dias de pós-operatório, monoclusão completa da boca, permitindo a alimentação sem dificuldade ou desconforto.

Palavras Chave

artrodese; mandíbula; processo coronoide

Área

Cirurgia

Instituições

UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA - São Paulo - Brasil

Autores

Giulia Vasquez Chiarato Santos, Gabriel Godoi Moraes, Renato Barroco Neto , Yulia Schneider Torres, Bruno Watanabe Minto, Luis Gustavo Gosuen Gonçalves Dias