Dados do Trabalho
Título
LAMINECTOMIA DORSAL PARA CORREÇÃO DE ESPINHA BÍFIDA ASSOCIADA A MENINGOCELE LOMBOSSACRAL EM CÃO- RELATO DE CASO
Resumo para avaliação
A espinha bífida associada a meningocele é uma malformação congênita rara que afeta o tubo neural e causa diversos graus de déficits neurológicos em cães. O seguinte relato tem por objetivo descrever o caso de um Buldogue Francês, macho, de um mês de idade, atendido no HV-UFU por apresentar alteração anal, incontinência urinária e fecal associada à hematoquezia. Foi observada má formação do esfíncter anal externo, depressão cutânea em linha mediana dorsal na altura de transição lombossacral e, também, locomoção e reações posturais alteradas em membros pélvicos, incluindo paraparesia ambulatorial, ataxia medular com diminuição propioceptiva mais acentuada em membro pélvico esquerdo e ausência de reflexo e sensibilidade perineal. Após análise dos sinais clínicos, suspeitou-se de má formação congênita do segmento lombossacral. Foram realizados exames de radiografia de coluna e tomografia computadorizada (TC), que revelaram a fusão incompleta do arco dorsal da última vértebra lombar acompanhada de discreto deslocamento dorsal do cone medular da cauda equina, confirmando má formação congênita em processo espinhoso de L7, compatível com espinha bífida lombossacral e possível meningocele associada. Após três meses, o paciente retornou ao HV-UFU apresentando-se em paraparesia ambulatorial com intensificação do déficit proprioceptivo em MPS. Sendo admitido em procedimento cirúrgico no HV-UFU para correção das alterações congênitas, paciente foi posicionado em decúbito esternal e foi realizada tricotomia da região, permitindo melhor visualização do estigma cutâneo. Após antissepsia, foi feita uma incisão elíptica ao redor do estigma cutâneo em região de L7 sendo continuada de maneira linear em região mediana dorsal e se estendendo desde o processo espinhoso de L5 até a região sacral. Após exposição dos processos articulares, foi realizada laminectomia dorsal de L6, removendo-se o processo espinhoso dorsal da vértebra. Visualizando-se o canal medular, constatou-se uma relação entre a meninge e o estigma cutâneo. Após liberação do estigma, posicionou-se tecido adiposo autólogo a fim de se evitar formação de novas aderências durante o processo cicatricial. No pós-operatório, foi prescrito controle analgésico, repouso, restrição de espaço e uso obrigatório de colar elisabetano, além da limpeza apropriada da ferida cirúrgica, antibioticoterapia. Ao retornar ao HV-UFU após quinze dias, o animal se apresentou alerta e com melhora considerável dos déficits locomotores apresentados previamente. A conduta adotada foi adequada, tendo em vista a melhora do paciente.
Palavras Chave
Arco dorsal; cauda equina; defeito congênito
Área
Neurologia
Instituições
UNIVERSIDADE FEDERAL DE UBERLÂNDIA - Minas Gerais - Brasil
Autores
ISABELE ANGÉLICA SOARES SEBASTIÃO AUGUSTI, GUILHERME GONÇALVES DE FARIA, ANA LÍCIA LACERDA SARAIVA, EDUARDO HENRIQUE PEREIRA, CAROLLYNE BARBOSA GUIMARÃES, CAMILA OLIVEIRA MELO, ARACELLE ALVES DE AVILA FAGUNDES, FRANCISCO CLAUDIO DANTAS MOTA