XV Congresso de Cirurgia do CBCV e V Congresso Internacional do CBCV - Colégio Brasileiro de Cirurgia Veterinária

Dados do Trabalho


Título

Influência de diferentes métodos de aquecimento em coelhos submetidos à pneumoperitônio

Resumo para avaliação

Com o avanço da laparoscopia veterinária, cirurgias avançadas com maiores tempos cirúrgicos têm sido reportadas, podendo estar associadas a hipotermia perioperatória. O objetivo deste estudo é avaliar em coelhos diferentes métodos de aquecimento durante pneumoperitônio de longa duração. O estudo foi aprovado em CEUA institucional. 32 coelhos, pesando em média 3.95Kg, foram divididos em 4 grupos: o grupo controle (Ctrl, n=8) foi submetido à pneumoperitônio não aquecido (22ºC); outro grupo (PnAq, n=7) foi submetido à pneumoperitônio com CO2 aquecido (36ºC); um terceiro grupo (ArAq, n=9) foi submetido à pneumoperitônio não aquecido, mas fez uso de colchão de ar forçado aquecido (43ºC); e o quarto grupo de animais (PnArAq, n=8) foi submetido à pneumoperitônio aquecido e fez uso de colchão de ar forçado aquecido. Todos os animais foram submetidos à anestesia geral pelo mesmo protocolo, e o pneumoperitônio foi mantido por 120 minutos. A temperatura dos animais foi aferida imediatamente antes da sedação(M0), no início da insuflação (M1 - 60 minutos após T0), a cada 15 minutos durante o pneumoperitônio (M2 – M9), e 15 minutos após a desuflação (M10). Os dados foram analisados e comparados estatísticamente, considerando p>0,05 como significativo. Não houve diferença entre os grupos com relação ao peso, temperatura em M0 e M1, volume de CO2 usado ou t(M1-M0). Em todos os grupos, houve perda de temperatura quando comparamos os momentos finais (M9 ou M10) com os momentos iniciais (M0 ou M1) do estudo (P<0.05). Porém, os grupos que usaram colchão de ar forçado aquecido (ArAq e PnArAq) tiveram menor perda de temperatura e maior temperatura final (p<0,05). Ainda, estes grupos recuperaram melhor a temperatura após a desuflação (entre M9 e M10). Para todos os grupos foi possível verificar uma correlação entre o tempo e a temperatura, mas nos grupos que usaram colchão térmico a inclinação da reta de regressão linear foi menor. Pela fórmula calculada, o grupo Ctrl atinge hipotermia severa (33.9oC) entre 90 e 112 minutos, o grupo PnAq atinge esta temperatura entre 127 e 142 minutos, enquanto os grupos ArAq e PnArAq só atingem esta temperatura após 240 minutos. Podemos concluir que o uso de colchão de ar forçado aquecido (com ou sem uso de CO2 aquecido) está associado à menor perda de temperatura durante o pneumoperitônio. Tal método de prevenção de hipotermia é recomendado para laparoscopias com tempo anestésico acima de 90 minutos.

Palavras Chave

Pneumoperitônio; laparoscopia; técnicas de aquecimento

Área

Cirurgia

Instituições

UERJ - Rio de Janeiro - Brasil

Autores

Rodrigo N. A. Curopos, Danielle F. T. Freitas, José A. Damasceno-Ferreira, Diogo Benchimol de Souza