XV Congresso de Cirurgia do CBCV e V Congresso Internacional do CBCV - Colégio Brasileiro de Cirurgia Veterinária

Dados do Trabalho


Título

PERSISTÊNCIA DE VEIA CAVA CRANIAL ESQUERDA EM CÃO COM DUCTO ARTERIOSO PERSISTENTE – RELATO DE CASO

Resumo para avaliação

A persistência do ducto arterioso (PDA) é frequente em cães. O ducto arterioso é um vaso derivado do sexto arco aórtico esquerdo que conecta o tronco pulmonar à aorta, obliterando-se após o nascimento e dando origem ao ligamento arterioso. Sua principal consequência é a sobrecarga do ventrículo esquerdo. Já a persistência da veia cava cranial esquerda (PVCCE) é uma anomalia rara (menos de 5% das anomalia congênita) e pouco relatada na literatura. Ela ocorre devido a uma falha na obliteração da veia cardinal anterior esquerda. Essa anomalia geralmente é assintomática. Foi atendida uma cadela, da raça Pinscher de 3 anos. Notou-se, subdesenvolvimento, sopro contínuo em maquinária na ausculta cardíaca, pulso hipercinético e mucosas normocoradas. Foi realizado ecocardiograma, visualizando-se a presença de fluxo entre a artéria pulmonar e a aorta, em topografia de ducto arterioso. Além disso, notou-se a presença de um vaso aberrante, com característica ultrassonográfica equivalente a PVCCE. A abordagem cirúrgica foi realizada através de toracotomia lateral esquerda, em 4 espaço intercostal. Foi identificado que a PVCCE dificultava a visualização do PDA, devido a sua sobreposição anatômica. Realizou-se o isolamento da veia cava superior esquerda e do nervo vago afim de expor o ducto arterioso persistente. O nervo vago foi identificado e rebatido ventralmente através de dissecação romba com auxílio de uma pinça Debakey e uma pinça Mixter, a fim de isola-lo das demais estruturas adjacentes e expor o PDA. Foi ocluído com ligadura dupla utilizando-se fio de seda 2-0, sendo realizado o nó mais próximo ao arco aórtico e posteriormente o nó próximo ao tronco pulmonar. Após o procedimento a paciente encontrou-se estável e recuperou-se bem. Foi acompanhada pela cardiologista, que após 2 meses de procedimento recomendou a interrupção das medicações que haviam sido prescritas no pré operatório. O animal em questão fazia uso de Pimobendan (0,27 mg/kg BID), Sildenafil (1,5 mg/kg BID), Enalapril (0,27 mg/kg BID) e Anlodipino (0,20 mg/kg BID). Após a obliteração do PDA em paciente que apresentava um segundo defeito cardíaco congênito foi possivel a interrupção do manejo clínico e garantiu bom resultado e sobrevida. Destarte, esse relato demonstra a possibilidade de correção do PDA mesmo associado a uma PVCSE e seu benefício associado a e interrupção de terapia medicamentosa e melhora clínica notória do paciente.

Palavras Chave

cirurgia; Cardiovascular; anomalias

Área

Cirurgia

Instituições

Centro Universitário de Belo Horizonte - Minas Gerais - Brasil

Autores

Luca Santi Engel, Eduarda Bar Infante Marinho, Giovana Frossard Pelegrin, Nayla Victória Silva Fernandes, Leonardo Dias Mamão