Dados do Trabalho
Título
FIBROPLASIA ESCLEROSANTE EOSINOFÍLICA GASTROINTESTINAL FELINA COM ACOMETIMENTO BILIAR
Resumo para avaliação
Sonoda, C.M.C.¹; Rolim, G.M.²; Araújo, F.V.². 1. Discente no Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Sul de Minas (12202001450@muz.ifsuldeminas.edu.br) 2. Médico veterinário da Animall Pet, Itapetininga, SP.
A fibroplasia esclerosante eosinofílica gastrointestinal felina (FEEGF), lesão inflamatória de patogênese desconhecida, é pouco descrita na literatura e não possui protocolo terapêutico e cirúrgico bem definidos. Geralmente, apresenta-se como um nódulo, não neoplásico, fibroproliferativo e embora raro, a inflamação pode estender-se para tecidos extra-peritoneais, como o pancreático e biliar. Relata-se o caso de um felino, fêmea, raça Persa, três anos de idade, 2,8kg, atendido em clínica veterinária particular de Itapetininga (SP), no dia 8 de novembro de 2023. O paciente apresentou histórico de vômito há cerca de dez meses, acompanhado de emagrecimento progressivo. Após avaliação clínica, foi realizado exame de endoscopia, no qual foi identificada a presença de uma massa que causava oclusão da porção cranial do lúmen duodenal. Foram encaminhadas amostras do estômago e duodeno para exame histopatológico, em que sugeriu-se gastrite hiperplásica linfoplasmocítica. No dia 12 de novembro de 2023, foi realizada uma duodenectomia total de 5x3x2,5 cm de dimensão para remoção do nódulo intramural de 2x1,5x1,2 cm, associada à linfadenectomia regional, devido a extensão da inflamação. Os fragmentos removidos foram encaminhados para biópsia, enquanto o paciente permaneceu internado por sete dias, sob prescrição de dieta líquida, enrofloxacina e meloxicam, até a alta clínica. O resultado da biópsia indicou uma proliferação fibroplásica atípica em duodeno proximal com linfonodo hiperplásico, indicativos de FEEGF. Posteriormente à cirurgia, no dia 10 de janeiro de 2024, o paciente desenvolveu icterícia e retornou à clínica. Em exame de ultrassonografia, identificou-se vesícula biliar repleta e ductos biliares dilatados com paredes espessas, indicativos de processo obstrutivo e inflamatório, respectivamente. Constatou-se que a duodenectomia afetou a drenagem do ducto comum, entre vesícula biliar e intestino delgado. Foi necessária a realização de uma colecistojejunostomia, afim de drenar a bile para o jejuno, além do tratamento com enrofloxacina. No dia 17 de janeiro de 2024 o paciente apresentou melhora clínica e foi encaminhado para planejamento nutricional, com o objetivo de recuperar o peso e suplementar sais biliares. Após quatro meses, conclui-se que a combinação do protocolo cirúrgico e terapêutico mostrou-se efetiva, o paciente apresenta 3,4kg e nenhum episódio de recidiva.
Palavras Chave
gato; duodenectomia; linfadenectomia; colecistojejunostomia
Área
Cirurgia
Autores
Camila Mitsu Carvalho Sonoda, Gustavo Molitor Rolim, Fernando Vieira Araújo