XV Congresso de Cirurgia do CBCV e V Congresso Internacional do CBCV - Colégio Brasileiro de Cirurgia Veterinária

Dados do Trabalho


Título

Ureterostomia bilateral prepucial em cão: Relato de Caso

Resumo para avaliação

A ureterostomia é um procedimento de resgate realizado na medicina veterinária em presença de neoplasias de bexiga, próstata ou uretra ou situações em que o trígono da bexiga torna-se inviável. No entanto, a estenose ureteral e a dermatite urêmica são as principais complicações relatadas neste procedimento. Tendo isso em vista, objetiva-se descrever a técnica de ureterostomia bilateral com óstio derivado para o prepúcio como alternativa às complicações supracitadas em cão, da raça Border Collie, macho, intacto, com 3 meses de idade e sete quilos. O paciente foi encaminhado por outro veterinário com histórico de necrose vesical e ureterostomia cutânea, com estenose ureteral pós operatória. Na avaliação inicial, optou-se por uma intervenção cirúrgica, com realização de dermoplastia para aumento dos óstios ureterais, porém sem sucesso. Foi realizado novo procedimento cirúrgico após três dias, com passagem dos ureteres pelas musculaturas reto abdominais direita e esquerda, levando os ureteres à mucosa prepucial. Foi realizada espatulação destes e sutura com ponto simples separado, fio poliglecaprone 4-0. Complicações pós-operatórias não foram observadas e a diurese permaneceu normal no pós-operatório imediato. A derivação urinária para o prepúcio ou útero oferece diversas vantagens, como a prevenção de dermatites urêmicas, diminuição do risco de pielonefrite e diminuição do risco de estenose, pelo contato mucosa-mucosa. Ainda, apresenta vantagens em relação à ureterocolostomia, pois não há absorção de urina pelo trato gastrointestinal. Em contraste com a técnica descrita em 2015 de uretrostomia prepucial, a abordagem modificada neste caso não necessitava da manutenção de incisão na porção ventral do prepúcio, que foi suturado após a fixação dos ureteres, assim como a penectomia não foi necessária, pois a presença do pênis não interferiu na técnica cirúrgica. A não ocorrência de complicações colabora com a descrição positiva da técnica. Paciente se mantém com boa qualidade de vida mesmo após três anos do procedimento. Este relato foi parte de um artigo publicado na íntegra, que pode ser acessado através do link: https://doi.org/10.2754/avb202493010019.

Palavras Chave

Cirurgia urogenital; ureter; cistectomia; prepúcio

Área

Cirurgia

Autores

Júlia Banhareli Tasso, Ana María Fernanda Ramírez Tovar, Isabela Almeida Fabris, Gabriel João Unger Carra, Paola Castro Moraes, Fabricio Silva Santana, Carlos Henrique Dias Pereira