Dados do Trabalho
Título
ANATOMIA CIRÚRGICA DA INERVAÇÃO DA LARINGE E TRAQUEIA EM CÃES BRAQUI E MESOCEFÁLICOS
Resumo para avaliação
Doenças obstrutivas respiratórias são frequentes na rotina clínico-cirúrgica de cães. Cães braquicefálicos tendem a desenvolver colapso de traqueia e paralisia ou colapso laríngeo devido alterações primárias presentes na síndrome braquicefálica. O tronco vagossimpático encontra-se na região lateral e ventral da laringe e traqueia e está intimamente próximo da artéria carótida comum, originando o nervo laríngeo recorrente, que inerva a traqueia ventromedialmente seguindo para região caudal da laringe. Objetivou-se, com este trabalho, a descrição anatômica da inervação da laringe e traqueia de cães braqui e mesocefálicos para fins didáticos e de treinamento cirúrgico. Foram utilizados 7 cadáveres de cães braquicefálicos e 7 mesocefálicos, submetidos a conservação prévia com solução alcoólica glicerinada e sais de cura para posterior dissecação. O gânglio vagal distal está presente lateralmente na região cervical cranial e emite ramos que inervam a laringe; dentre eles o nervo laríngeo cranial que se insere ventralmente a laringe, dividindo-se em um ramo externo e um ramo interno. O ramo interno inerva a mucosa laríngea e, em todos os cães estudados, foi observado lateralmente à cartilagem aritenóide seguindo ventralmente; em braquicefálicos sua origem foi observada caudalmente à cartilagem aritenóide, próximo à artéria tireóidea cranial e nos mesocefálicos sua origem tem maior proximidade com a artéria carótida externa. Nos braquicefálicos o nervo laríngeo recorrente apresenta trajeto ventrolateral em relação à traqueia. O nervo laríngeo pararecorrente também surge da porção caudal do tronco vagossimpático, se inserindo lateralmente à traqueia, seguindo cranialmente até a região caudal da laringe em 85% dos animais estudados. Sua localização é intimamente próxima da artéria tireóidea caudal. O nervo vago e a cadeia simpática se tornam separados na entrada torácica (T1) nos cães mesocefálico e em 71,4% dos braquicefálicos estudados foi observada na região cervical caudal, em C7 (em 28,6% dos casos ocorre em T1). O conhecimento das diferenças anatômicas da inervação de laringe e traqueia entre cães braqui e mesocefálicos é muito importante para a prática cirúrgica desses componentes do sistema respiratório e devem ser de conhecimento do cirurgião nas práticas intervencionistas nesses animais.
Palavras Chave
Doenças obstrutivas respiratórias; inervação da traqueia; síndrome braquicefálica
Área
Cirurgia
Instituições
Universidade Estadual Paulista - FCAV - São Paulo - Brasil
Autores
Thais Isaias Santos, Arthur Dalmolin DAHMER, Karen Wassilewsky CAETANO, Giulia Vasquez Chiarato Santos, Andrea Barros Piazzon De Souza Queiroz, Danuta Pulz Doiche, Fabricio Singaretti Oliveira