Dados do Trabalho

Título

CISTECTOMIA RADICAL ASSOCIADA À URETERECTOMIA BILATERAL E URETRECTOMIA PARCIAL COM IMPLANTAÇÃO DE BYPASS URETERAL SUBCUTÂNEO EM COTO UTERINO DE CADELA: RELATO DE CASO

Resumo para avaliação

As principais neoplasias que afetam o sistema urinário dos cães são as neoplasias vesicais, que ocorrem com maior frequência nos animais idosos. O tumor vesical mais comum é o carcinoma de células de transição, que geralmente compromete a região do trígono vesical, podendo se estender para os tecidos adjacentes. Este relato visa apresentar a técnica cirúrgica utilizada em uma cadela da raça Yorkshire Terrier, castrada, de 13 anos de idade e 4,6 kg de peso, que apresentava extensa neoformação vesical envolvendo também a porção distal dos ureteres e o segmento proximal da uretra, causando hematúria, estrangúria e hidronefrose grave bilateral. Como tratamento, a paciente foi submetida à cistectomia radical associada à ureterectomia bilateral e uretrectomia parcial. Para restabelecimento do fluxo urinário, foi implantado um cateter bypass ureteral subcutâneo bilateral (SIDUS®), comunicando as pelves renais com o coto uterino. A cirurgia teve início por uma celiotomia mediana pré-retroumbilical e as aderências do coto uterino foram desfeitas, visando a possível canulação do lúmen do útero. Os dois ureteres foram ligados proximalmente e a uretra ligada distalmente, sendo realizada a ressecção em bloco dos ureteres, vesícula urinária e uretra. O cateter de cistostomia do sistema SIDUS® foi inserido e fixado no coto uterino utilizando cola cirúrgica e sutura, enquanto os de nefrostomia foram fixados no polo caudal dos rins, pela mesma técnica. Posteriormente, foi realizada a lavagem do sistema utilizando Tetra-EDTA e agulha de Huber. A bexiga foi removida juntamente com a uretra e ureteres, todos submetidos ao exame histopatológico, que confirmou a suspeita de carcinoma de células de transição. A nova configuração do fluxo urinário gera incontinência definitiva, com escoamento constante da urina pela vulva. A paciente recebeu alta hospitalar após 3 dias de internação devido à boa progressão do quadro clínico, mantendo-se estável até o momento.

Palavras Chave

neoplasia; bexiga; trígono vesical