Dados do Trabalho

Título

PLEURODESE DE SANGUE AUTÓLOGO – RELATO DE TRÊS CASOS

Resumo para avaliação

A pleurodese de sangue autólogo consiste em coletar sangue sem anticoagulante e não coagulado, assepticamente, da veia jugular e injetar imediatamente na cavidade pleural de cães (5 a 10ml/kg) com pneumotórax persistente. O objetivo da técnica é acelerar o processo de adesão entre a pleura visceral e parietal ou atuar como selante do local de escape de ar por coágulo de sangue. Foram encaminhados três cães com pneumotórax, submetidos a pleurodese com sangue autólogo. Caso 1- Sptiz alemão, macho, 1 ano, apresentava histórico de trauma há 9 dias, e realização de toracocenteses recorrentes em colega, sem completa resolução do quadro. Realizou-se a pleurodese com 5 ml de sangue autólogo e após 72 horas o paciente já não apresentava mais formação de pneumotórax, sendo realizada remoção do dreno torácico após 5 dias, retorno e alta médica após 15 dias. Caso 2 - Pointer inglês, 3 anos, foi admitido com pneumotórax traumático imediato, submetido a colocação de dreno torácico (Foley) no 8º espaço intercostal esquerdo (EIC), seguido de pleurodese com 100 ml sangue autólogo do lado esquerdo e 70 ml do lado direito. Após 4 dias, realizada tomografia de tórax devido a persistência do quadro, sendo identificada uma lesão parenquimatosa em lobo pulmonar cranial direito associada a pneumotórax. Foi colocado um dreno torácico ativo, com nova técnica de pleurodese com 100ml de sangue autólogo no lado direito. Após 9 dias, nova radiografia de tórax evidenciou ausência de pneumotórax, após 48 horas o dreno torácico foi removido e o paciente recebeu alta após 15 dias. Caso 3 – cadela, 13 anos, com quilotórax persistente foi diagnosticada com torção de lobo pulmonar e submetida a lobectomia pulmonar do lobo médio direito e pericardiectomia, após 3 dias apresentou pneumotórax, sendo realizada a colocação de dreno ativo no 8º EIC e pleurodese de 100ml de sangue autólogo, com resolução após 4 dias, mas com drenagem apenas de quilo. Embora em humanos a pleurodese de sangue autólogo não tenha alta taxa de sucesso devido aos riscos de infecção bacteriana e pneumotórax hipertensivo, é uma técnica menos invasiva, de baixo custo e simples de realizar. Apesar das complicações pouco descritas, há relatos de baixa taxa de sucesso em cães quando há quilotórax associado. Sendo assim, é um procedimento capaz de oferecer a solução para o pneumotórax persistente em cães, com 1 a 2 aplicações.

Palavras Chave

Palavras chave: trauma tórax; pneumotórax; sangue total autólogo