XV Congresso de Cirurgia do CBCV e V Congresso Internacional do CBCV - Colégio Brasileiro de Cirurgia Veterinária

Dados do Trabalho


Título

CISTOADENOMA PANCREÁTICO EM UM FELINO

Resumo para avaliação

Os abscessos, cistos ou pseudocistos pancreáticos são raros em felinos e resultam de complicações ou sequelas de pancreatite. Podem ser associados a neoplasias císticas, como o cistoadenoma. Objetiva-se relatar um caso de cistoadenoma pancreático em um felino, bem como seu tratamento clínico-cirúrgico. Foi atendido um felino, fêmea, SRD, 6 anos, com queixa de vômito e hiporexia. Foram solicitados exames de sangue e ultrassonografia abdominal. Exames de sangue sem alterações. A ultrassonografia revelou uma formação em corpo pancreático sugestiva de cisto ou abscesso parapancreático medindo 3,47x1,6 cm. Instituiu-se tratamento de suporte com amoxicilina com clavulanato por 10 dias e citrato de maropitant por 5 dias. Após 30 dias, nova ultrassonografia mostrou aumento da formação, agora medindo 4,49x3,24 cm. A paciente foi submetida a celiotomia exploratória para drenagem do cisto, omentalização e coleta de material através de biópsia incisional. Após preparo anestésico e antisséptico de rotina, a paciente foi posicionada em decúbito dorsal para acesso a cavidade abdominal pela linha média. O pâncreas foi localizado e isolado com compressas cirúrgicas, e a lesão, localizada lateralmente ao corpo pancreático, apresentava aspecto cístico. Realizou-se drenagem de 25 ml de conteúdo seroso avermelhado com agulha 25x0,8 e seringa de 10 ml. Após a drenagem, abriu-se a cápsula do cisto, coletaram-se fragmentos da cápsula e do pâncreas e lavou-se com cloreto de sódio a 0,9%, seguido de omentalização e fixação do omento com fio poliglecaprone 4-0. O fechamento da cavidade foi realizado de forma convencional. Foi realizado análise citológica do líquido, cultura com antibiograma e exame histopatológico dos fragmentos coletados. A paciente permaneceu internada por 72 horas, apresentando boa evolução. A citologia confirmou um transudato, compatível com cisto, e a cultura com antibiograma não mostrou crescimento bacteriano. O exame histopatológico diagnosticou cistoadenoma pancreático com traços de pancreatite crônica discreta, fibrose, hemorragia e edema intersticial. Novo ultrassom, realizado após 14 dias do procedimento demonstrou nova coleção de líquido no cisto, com formação medindo 3,65x3,29 cm, menor em comparação ao diagnóstico pré operatório. Paciente permanece em acompanhamento clínico tratando a pancreatite crônica com prednisolona, vitamina B12 e ração terapêutica, com reavaliações quinzenais por ultrassom. O cisto está estabilizado em tamanho e o paciente não apresenta sinais clínicos. Conclui-se que a pancreatite crônica é um fator de risco para os cistoadenomas pancreáticos, devendo ser tratada clinicamente e que a drenagem e a omentalização do cisto foi uma opção de tratamento viável no caso relatado.

Palavras Chave

omentalização; pancreatite; cisto

Área

Cirurgia

Instituições

Universidade Estadual do Maranhão - Maranhão - Brasil

Autores

Lygia Silva Galeno, Victor Hugo Azevedo Carvalho, Gabriela Santos de Sousa, Allien Lorena Sodré de Sousa, Elzivânia Gomes da Silva, Tiago Barbalho Lima