XV Congresso de Cirurgia do CBCV e V Congresso Internacional do CBCV - Colégio Brasileiro de Cirurgia Veterinária

Dados do Trabalho


Título

ESTAFILECTOMIA PARA CORREÇÃO DE PROLONGAMENTO DE PALATO MOLE EM CÃO DA RAÇA ROTTWEILER

Resumo para avaliação

O prolongamento do palato mole é uma das alterações primárias que compõe a síndrome da via aérea dos braquicefálicos, patologia que frequentemente está associada com a manifestação clínica de dispneia e aumento de ruídos inspiratórios em cães braquicefálicos. A ocorrência do prolongamento do palato mole como entidade isolada em cães não-braquicefálicos com aumento de ruídos respiratórios e dispneia é pouco relatada na literatura veterinária. Uma cadela de 1 ano e meio de idade, não castrada, da raça Rottweiler, foi atendida em serviço veterinário privado na cidade de Sorocaba, São Paulo, para consulta pré-ovariosalpingohisterectomia. Na ocasião, durante a anamnese, foi relatado pelo tutor episódios recorrentes de aumento dos ruídos inspiratórios. Ao exame físico da cavidade oral e laringe em plano anestésico, a borda caudal do palato mole foi identificada ultrapassando o limite cranial da epiglote. A paciente foi encaminhada para tratamento cirúrgico através da estafilectomia pela técnica clássica, utilizando pinça Allis para tração rostral da borda caudal do palato mole e tesoura Metzembaum para ressecção do mesmo. O ponto de referência para a ressecção do palato mole excedente foi o ápice da epiglote. A síntese foi realizada com sutura em padrão simples contínuo para aposição da face oral e nasal do palato mole com fio monofilamentar absorvível 3-0. Apesar das conhecidas diferenças anatômicas, nenhuma alteração da técnica tradicionalmente descrita para estafilectomia em cães braquicefálicos foi necessária para a execução da técnica cirúrgica no presente relato de cão não-braquicefálico. Não ocorreram complicações trans ou pós-operatórias e o cão recebeu alta médica no mesmo dia do procedimento. Sete dias após a cirurgia, o paciente segue com ótima recuperação e resolução dos ruídos inspiratórios. Apesar de poucos dados morfométricos da região cefálica, o Rottweiler é classificado como uma raça mesocefálica e, portanto, não é comumente associado às publicações científicas sobre as alterações presentes na síndrome da via aérea dos braquicefálicos. Conclui-se que a técnica de estafilectomia foi exequível em cão mesocefálico com prolongamento de palato mole. Este trabalho encoraja os veterinários a buscarem a alteração anatômica em cães não-braquicefálicos.

Palavras Chave

cirurgia; dispneia; mesocefálico

Área

Cirurgia

Autores

Bruno Monteiro da Silva, Rogério Magno Vale Barroso, Guilherme Oliveira Meirelles, Anderson Coutinho Silva, Rafael Gonçalves Dias