XV Congresso de Cirurgia do CBCV e V Congresso Internacional do CBCV - Colégio Brasileiro de Cirurgia Veterinária

Dados do Trabalho


Título

ABORDAGEM CIRÚRGICA EM PACIENTE CANINO FERIDO POR ACIDENTE BALÍSTICO NA REGIÃO OCULAR - RELATO DE CASO

Resumo para avaliação

Acidentes balísticos na Medicina Veterinária resultam em lesões graves. O tratamento é baseado na avaliação radiográfica das estruturas afetadas e no tipo de arma de fogo utilizado para a melhor escolha da técnica destinada a reconstrução dos tecidos. A cabeça e o tronco são áreas vulneráveis devido à possibilidade de destruição de órgãos vitais e hemorragia. A intervenção imediata nessas áreas aumenta a chance de sobrevivência do animal. Este relato descreve o caso de um cão Pitbull de 3 anos, fértil, vítima de um acidente balístico por projétil expansivo na face, especificamente na região ocular esquerda. O cão foi atendido no HV-UFU com uma grande lesão na área mencionada e hemorragia ativa pelas narinas e cavidade oral. Foram administradas medicações analgésicas, anticoagulantes e anti-inflamatório. Após estabilização dos parâmetros, o animal foi encaminhado para coleta de sangue e radiografias, que revelaram fragmentos do projétil nas regiões maxilar e mandibular, fraturas cominutivas em hemimandíbula esquerda, osso zigomático e parede medial da órbita esquerda. Foi constatado rompimento do globo ocular esquerdo, assim, o cão foi submetido a procedimentos cirúrgicos de enucleação do olho afetado e das pálpebras adjacentes. Realizou-se também a osteossíntese da mandíbula fraturada, remoção dos fragmentos balísticos e traqueostomia devido ao edema na região da glote visando melhor conforto respiratório, além da passagem de sonda esofágica para nutrição, já que o animal precisaria manter a cavidade oral fechada após a cirurgia. Os palatos duro e mole apresentavam fissuras hemorrágicas e foram suturados, e um cateter central foi colocado para administração de fármacos e fluidoterapia. O paciente recebeu transfusão de sangue total durante o procedimento devido ao hematócrito pré-cirúrgico de 24,3%. Após a cirurgia, o paciente foi encaminhado para a unidade de terapia intensiva do HV-UFU, onde permaneceu por 10 dias sob monitoramento e sob administração de antibióticos, analgésicos, antiemético, anti-inflamatórios e fluidoterapia. O traqueotubo era higienizado a cada hora devido à presença constante de secreções nos primeiros dias e a sonda esofágica e o cateter central a cada 12 horas. Após estabilização, foi realizada a traqueorrafia e a remoção da sonda esofágica. O cão foi transferido para o setor de enfermaria do HV-UFU, onde permaneceu estável por mais 5 dias, então, recebeu alta hospitalar. Conclui-se que a abordagem realizada foi adequada, visto que o paciente apresentou boa recuperação mesmo diante das condições graves apresentadas.

Palavras Chave

Fraturas cominutivas; projétil expansivo; ruptura ocular

Área

Traumatologia

Autores

ISABELE ANGÉLICA SOARES SEBASTIÃO AUGUSTI, GUILHERME GONÇALVES DE FARIA, VINICIUS SOUZA MENDES, MARIANA LAURA DIAS SILVA, TAMILA BELCHOR DE ARAUJO ALVES, DIEGO IWAO YAMADA, FRANCISCO CLAUDIO DANTAS MOTA, ARACELLE ALVES DE AVILA FAGUNDES