XV Congresso de Cirurgia do CBCV e V Congresso Internacional do CBCV - Colégio Brasileiro de Cirurgia Veterinária

Dados do Trabalho


Título

Retalho pediculado de omento: Uma abordagem adjuvante na reintervenção em fratura crônica – Relato de caso

Resumo para avaliação

Canino macho, sem raça definida, 2 anos, 21,1 kg, encaminhado para o Setor de Cirurgia do Hospital Veterinário da Universidade Estadual do Norte Fluminense Darcy Ribeiro (UENF), apresentando complicação pós-cirúrgica posterior à osteossíntese em fêmur. Segundo a tutora, a primeira intervenção ocorreu 6 meses após fratura proveniente de um acidente automobilístico, na ocasião, foi utilizado um implante de titânio 2.0 mm. Quatro meses após o procedimento, a claudicação persistia, com isso um novo exame radiográfico revelou fratura em fêmur esquerdo com reação periosteal ao longo da diáfise femoral, placa metálica deformada com desvio do eixo femoral e segmentos fraturados não coaptados. Posterior aos exames, 10 meses após o trauma, a reintervenção cirúrgica foi realizada. Devido à cronicidade da fratura e buscando auxiliar a angiogênese, a viabilidade do suprimento sanguíneo, combate a infecção e estimular a matriz óssea, foi planejada a confecção de retalho de omento junto à osteossíntese. A fim de melhorar a rigidez da estabilização, foi utilizada uma placa de aço cirúrgico 2.7 mm, em função ponte, associada ao pino intramedular. Com o animal em decúbito lateral, foi realizado o acesso lateral à diáfise femoral, seguida da ostectomia dos bordos da fratura e abertura do canal medular. O pino intramedular foi inserido de forma normógrada na fossa intertrocantérica, para menor manipulação da área fraturada, e a placa foi fixada com três parafusos transcorticais proximais e três distais. Ato contínuo, iniciou-se a confecção do retalho. Em decúbito dorsal, foi realizada celiotomia mediana, exteriorizou-se o baço e foi realizada a dissecção da lâmina dorsal aderida ao pâncreas, cauterização dos vasos e desdobramento do omento. Em seguida, foi confeccionado o retalho em L invertido. Uma incisão com cerca de 2 centímetros na parede inguinal lateral esquerda foi realizada, formando um túnel subcutâneo até a lateral do fêmur, transpondo o omento por este túnel e posicionando-o sobre o foco da fratura. Posteriormente, as suturas da cavidade abdominal e do acesso femoral foram realizadas como de rotina. O acompanhamento radiográfico foi realizado nos dias 0, 30, e 60 dias. Na última radiografia, pôde-se perceber a consolidação óssea total e retorno da função do membro. Conclui-se que a utilização do retalho de omento em fraturas crônicas se destaca como uma estratégia valiosa para o tratamento de complicações pós-cirúrgicas, proporcionando uma recuperação mais rápida e eficaz.

Palavras Chave

angiogênese; osteossíntese; matriz óssea

Área

Cirurgia

Autores

Thaís Furtado de Almeida Santos, Raíssa de Souza Pizzo, Tainara Micaele Bezerra Peixoto, Gustavo Silva de Souza, Karina Fatima Alves de Oliveira Alves , Maysa Silva Ventura, Thaís Rufino Linhares, André Lacerda de Abreu Oliveira