Dados do Trabalho

Título

RELATO DE CASO DO USO DE MATRIZ DE FIBRINA LEUCOPLAQUETÁRIA AUTÓLOGA NA CICATRIZAÇÃO DE FERIDA EM MEMBRO PELVICO DE EQUINO

Resumo para avaliação

Devido ao comportamento reativo dos equinos estão mais propensos a acidentes com objetos perfurocortantes que resultam em lacerações cutâneas graves. Frente às dificuldades terapêuticas associadas à reparação de lesões cutâneas, há uma busca por formas de tratamento que proporcionam a reconstituição dos tecidos lesados, menores taxas de contaminação do sítio lesado por patógenos e um retorno precoce ao esporte. A matriz de fibrina leucoplaquetária autóloga (MFLA) é um material de cicatrização biocompatível que aplicado diretamente sobre a lesão, possui a capacidade de liberar altas concentrações de diferentes fatores de crescimento que resultam em uma melhor cicatrização. O objetivo deste trabalho é descrever o uso da MFLA em um cavalo adulto da raça QM apresentando uma laceração cutânea com exposição óssea e ruptura de tendão extensor digital comum na região do metatarso esquerdo, decorrente de acidente com arame liso. Ao exame clínico, o animal apresentava claudicação grau 5, ferida extensa com sensibilidade ao toque, bordas teciduais irregulares e enegrecidas e edema acentuado. Prescreveu-se inicialmente enrofloxacina (Zelotril 10%®;1ml/40kg/IM/SID) e meloxican (0,6mg/kg/IM/SID). Procede-se a limpeza da ferida com solução hipotônica de água para injeção e gigaderm®, curativo com pomadol®, bandagem compressiva e tala. Num segundo momento, com o leito da ferida propício, fez-se o uso da terapia regenerativa por meio da MFLA. Para preparação da matriz, foram coletadas 12 amostras de sangue em tubos a vácuo de 9ml sem anticoagulantes. As amostras foram centrifugadas imediatamente após a coleta utilizando uma força g de 200 por 10 minutos. Para que haja a polimerização posteriormente na placa de cerâmica utilizam-se as camadas superior e intermediária do sangue total obtida pela centrifugação das amostras que são transferidas para placa por meio de uma pipeta estéril, onde permanece descansando por 15 minutos até sua polimerização e aplicada na ferida em seguida. Após a 13° aplicação, o osso exposto já estava recoberto por tecido. Foi observado uma redução de 4 cm da ferida, tecido de granulação saudável sem crescimento exacerbado, com bordas regulares, em 120 dias houve fechamento total da ferida. Conclui-se que a MFLA é eficaz na cicatrização de feridas traumáticas com exposição óssea em membro sendo uma opção de fácil acesso e de baixo custo. Além de ser uma alternativa segura sem demonstrar nenhum dano à cicatrização reduzindo o tempo de afastamento das competições.

Palavras Chave

ferida; cicatrização; matriz de fibrina