XV Congresso de Cirurgia do CBCV e V Congresso Internacional do CBCV - Colégio Brasileiro de Cirurgia Veterinária

Dados do Trabalho


Título

VAGINECTOMIA TOTAL COMO ABORDAGEM CIRÚRGICA PARA EXÉRESE TUMORAL - RELATO DE CASO

Resumo para avaliação

A vaginectomia total corresponde a uma técnica cirúrgica ainda pouco difundida e relatada na rotina cirúrgica veterinária, entretanto tem se mostrado uma boa opção como tratamento cirúrgico para exérese de tumores que acometem a vagina. Dentre as neoplasias que acometem o trato reprodutivo, quando na região de vagina, devido à sua difícil localização entre os ossos e músculos da pelve, o acesso para a remoção de todo tecido afetado torna-se desafiador. O trabalho tem como objetivo relatar a técnica de vaginectomia total em uma cadela de 12 anos da raça Shih-tzu atendida no Hospital Veterinário da UENF, apresentando como única manifestação clínica um nódulo pendular de 3 cm x 1,5 cm em vulva. O laudo citológico após PAAF foi sugestivo para Neoplasia de Células Fusiformes e ultrassom evidenciou massa em canal vaginal. Durante o primeiro tempo cirúrgico a cadela foi posicionada em decúbito dorsal e realizada a ovariohisterectomia. Após a retirada do corpo do útero, os vasos aderidos a cérvix foram divulsionados e ligados separadamente. A cérvix e a vagina foram divulsionadas da parede da vesícula urinária e do cólon intestinal até a entrada da pelve. Após a divulsão, foi realizado uma ligadura com fio Nylon 2-0 abaixo da cérvix próximo a entrada pélvica sendo realizada a secção da vagina em sua porção caudal, finalizando o primeiro tempo cirúrgico com a celiorrafia dos músculos abdominais e pele. No segundo tempo cirúrgico o animal foi reposicionado em decúbito esternal e realizada sondagem uretral de número 6 retrógrada, feito bolsa de tabaco ao redor do ânus e a episiotomia foi realizada, iniciando-se com a dissecção do vestíbulo do canal vaginal até a sua completa liberação com a retroflexão caudal e a excisão dos órgãos genitais que ainda estavam na cavidade abdominal. Não foi necessário a reimplantação do óstio uretral, o mesmo manteve-se íntegro após cuidadosa divulsão. O tecido subcutâneo foi fechado com fio monofilamentar absorvível e a pele com fio inabsorvível Nylon 4-0. A cadela apresentou boa recuperação anestésica e não apresentou complicações pós-operatórias. O nódulo foi enviado para exame histopatológico cujo laudo foi compatível com Mixoma. Considerando a baixa difusão da técnica cirúrgica e a escassez de relatos descritos na literatura, é de suma importância o estudo sobre essa técnica promissora, que garante boa margem de segurança para o tratamento de neoplasias malignas que acometem a região vaginal.

Palavras Chave

vaginectomia total; castração; tumor; Vagina

Área

Reprodução

Autores

Flávia Peixoto de Castro, Luísa Machado Duque, Érika de Souza Lyrio, Marina Boechat Vargas de Andrade, Thais Furtado Almeida Santos, Jordana Brites Jeronimo, Raissa de Paula Ferreira Lacerda, Andre Lacerda Abreu de Oliveira