XV Congresso de Cirurgia do CBCV e V Congresso Internacional do CBCV - Colégio Brasileiro de Cirurgia Veterinária

Dados do Trabalho


Título

CORREÇÃO DE EVENTRAÇÃO COM USO DE TELA DE POLIPROPILENO EM ÉGUA

Resumo para avaliação

Denomina-se eventração a ruptura traumática da parede abdominal com saída de vísceras contidas somente pelo tecido subcutâneo e pele. Usualmente, há aumento de volume na região da abertura anatômica, podendo ocorrer encarceramento de alças intestinais como patologia secundária. Assim, objetiva-se descrever o tratamento cirúrgico bem-sucedido de um caso de eventração utilizando tela de polipropileno em equino. Uma égua, SRD, de 12anos de idade, com queixa de síndrome cólica foi encaminhada para atendimento hospitalar. Após descartado quadro clínico de abdômen agudo, observou-se aumento de volume ventro-lateral esquerdo, com 15cm de extensão, consistência flácida e redutível à manipulação. A ausculta da região revelou presença de borborigmos, constatando-se a presença de alças intestinais através de ultrassonografia, estabelecendo o diagnóstico de eventração traumática. Assim, o animal foi encaminhado para correção cirúrgica, sendo sedado e anestesiado com medicação pré anestésica (Xilazina: 1mg/Kg;IV), seguida de indução anestésica (Cetamina:4,4mg/Kg;IV; e Diazepam:0,05mg/Kg;IV), e manutenção em circuito semi-fechado. Realizou-se incisão cutânea de 20cm sobre o local da eventração e divulsão romba até o defeito na cavidade abdominal, seguido de divulsão para liberação e redução do peritônio contendo as alças intestinais. Após o correto posicionamento, fixou-se a tela de prolipopileno(15x20cm) entre o peritônio e a musculatura com padrão de sutura simples separado e fio Vycril 1; os músculos oblíquos interno e externo foram suturados em padrão Donatti com fio de sutura Vycril 6 sobre a tela. A síntese do tecido subcutâneo foi realizada com padrão zigue-zague e fio Vycril 2-0, enquanto a dermorrafia com padrão Wolff separado e fio Nylon 0. No pós-operatório, instituiu-se antibioticoterapia (penicilina benzatina: 30.000UI/kg; IM,q48h,3 aplicações), anti-inflamatório não esteroidal (Flunixin Meglumine:1,1mg/kg;IV,SID, 3 dias) e analgésicos (Dipirona: 25 mg/kg;IV,TID,5 dias). O acompanhamento clínico e o curativo da ferida cirúrgica foram realizados diariamente, de forma estéril, com aplicação de Clorexidine alcóolico 0,5%, Spray à base de Rifampicina e finalizado com bandagem. Sete dias após a cirurgia, observou-se aumento de volume ao redor da ferida de consistência firme, sugestivo de fibrose, confirmado por ultrassonografia. A evolução pós-operatória ocorreu sem intercorrências, sendo a dermorrafia retirada no 12ºdia pós-cirurgia, com alta hospitalar no 14ºdia de internação. Portanto, o tratamento cirúrgico mostrou-se eficaz para resolução de eventração traumática neste caso, promovendo prognóstico favorável para o paciente.

Palavras Chave

Tela em propileno; laparotomia; trauma abdominal

Área

Cirurgia

Autores

Letícia Vilela Silva Chagas, Geovana Silva Carvalho, Andressa Barbosa Oliveira, Geisiana Barbosa Gonçalves, José Eduardo Lemes Silva, Paulo Cesar Mendes dos Santos Filho, Rita Cassia Campebell, Antônio Carlos Lopes Câmara