XV Congresso de Cirurgia do CBCV e V Congresso Internacional do CBCV - Colégio Brasileiro de Cirurgia Veterinária

Dados do Trabalho


Título

Toracotomia transcostal para exérese de carcinoma adenoescamoso pulmonar em cão - relato de caso

Resumo para avaliação

Tumores pulmonares primários são incomuns em cães e o carcinoma adenoescamoso é o tipo histológico menos frequente quando comparado a outros tumores pulmonares. Para neoplasias pulmonares solitárias e não metastáticas, a opção terapêutica mais eficaz é a remoção cirúrgica através de lobectomia pulmonar. O acesso cirúrgico realizado pela toracotomia transcostal é pouco relatado, contudo pode ser utilizado quando há tumores extensos ou aderidos na parede torácica, pois possibilita uma maior exposição do campo operatório, especialmente em toracotomias mais craniais. Nesse contexto, o presente trabalho visa descrever a toracotomia transcostal como a abordagem cirúrgica alternativa para remoção de neoplasias pulmonares craniais. Um cão da raça Dacshund, macho, com 14 anos, foi atendido no HOSPMEV/UFBA devido à recidiva de neoformação torácica externa que media, aproximadamente 8 centímetros. Após atendimento prévio, foram solicitados exames pré-operatórios e radiografia torácica para avaliar o possível acometimento das costelas. Neste exame, acidentalmente, foi observada a presença de outra neoplasia em topografia pulmonar. Assim, foi solicitada tomografia contrastada, que constatou presença de uma imagem com contornos arredondados e irregulares, projetando-se para o interior da cavidade torácica e apresentando continuidade com a parede. Para o planejamento cirúrgico, foi realizada citologia aspirativa por agulha fina intratorácica guiada por ultrassom, com diagnóstico de adenocarcinoma pulmonar. Assim, optou-se pela exérese da neoplasia pela abordagem de toracotomia transcostal. O acesso foi realizado ao nível da terceira costela, e o músculo grande dorsal foi exposto, seccionado no sentido dorsoventral e rebatido cranialmente para ser utilizado como retalho muscular. Após exposição da terceira costela, realizou-se uma incisão dorsoventral no periósteo para a dissecação cuidadosa. Ato contínuo, utilizando uma serra oscilatória, a osteotomia da terceira costela foi realizada, possibilitando a visualização da pleura e musculatura intercostal íntegras. A neoplasia estava localizada na periferia da porção cranial do lobo cranial esquerdo, com isso, sucedeu-se a lobectomia pulmonar parcial, preservando 3 cm de margem. O posicionamento do tubo de toracostomia e a sutura da parede torácica foram realizadas como de rotina. No pós-operatório, o paciente foi encaminhado para monitoramento intensivo, que possibilitou adequada recuperação. Após 100 dias do procedimento, o paciente ainda não apresentava recidiva tumoral. Conclui-se que a toracotomia transcostal permite boa visibilização das estruturas torácicas, viabilizando dissecção minuciosa e maior exposição do campo cirúrgico.

Palavras Chave

Cirurgia torácica; neoplasia pulmonar; lobectomia

Área

Cirurgia

Autores

Tainara Michaele Bezerra Peixoto, Luiza Fiuza Gomes Carvalho, Beatriz Carolinne Batista Menezes Pinto, Francisco Assis Dórea Neto